domingo, 11 de novembro de 2012

prozac, rivotril, passalix e outras coisinhas

Soube de um jeito bem inusitado que você está em depressão.
Coisa horrível, para começar a conversa. Eu sei porque já tive, mesmo andando por aí sustentando um sorriso de 1,5m. Sim, dá pra manter as aparências.
Quando soube fiquei confusa: digo oi, pergunto se você tá se tratando? Rio da sua cara? Digo um sonoro "bem feito"? Te chamo para conversar e te digo, sem maldade alguma, que a sua vida é um fracasso, sua esposa tem joelho de gorda e tal? Ofereço colo, carinho e cafuné?
Não vou fazer nada no final da história. Um dia eu soube que você tinha se casado: eu caí doente. Não de frescura, nem de chororô. Eu tive uma pneumonia, simples assim. Depois fui descobrir que naqueles lances que "o corpo fala", doenças no pulmão se relacionam à tristeza. Tá bom para você? Eu, que nunca tive coragem de sair em público de calça de moletom, sempre fui contra "conjuntinho", depois da pneumonia, ainda bem louca de tanto sentimento confuso, saí de calça de pijama na rua. Sem pentear o cabelo. Sem maquiagem. Sem alma. Andei pela rua, encontrei pessoas conhecidas que se assustaram comigo. E você nunca soube disso. Porque eu acho bonito quem é forte. Porque nada mudaria. Porque temos culturas diferentes e sua religião tem certos pontos muito rígidos e pronto.
Estamos no século XXI e ainda sofremos por amor, sofremos por saudade, sofremos por ausência. Sofremos porque calamos diante do que gostaríamos de falar. Tudo isso dói. E eu estou confusa. Não queria que você estivesse triste. De verdade.

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