Quando eu ficar "velha do cabelo branco jogadora de bingo" vou perder o filtro.
Sim, farei isso deliberadamente.
Como quem tomou um porre e saiu falando o que quis. Falarei o que eu quiser.
Vou ser indesejada, muitas vezes. Talvez minha nora me deteste. Ok, todo bônus tem um ônus. Talvez meus netos me provoquem para que eu diga besteira. E eu direi.
Contarei histórias que eu vivi. Eles acharão que é mentira e vai tudo para a conta do folclore.
Não ter filtro é libertador. A gente não conta para um amigo que ele quebrará a cara. Pensa na situação: "Oi querido, negócio é seguinte...você foi chifrado por ela e será novamente, isso é claro e óbvio.". Nunca mais ele me ligaria e eu ainda ganharia o apelido de recalcada (tá com inveja do meu amooooooooor). Sem filtro, tudo bem. Eu falo, ele ouve e define o que fará da vida.
"Não amiga, ele não tá trabalhando muito. Para te dizer oi demora nem 5 segundos. Ele não está interessado". Minha amiga ficaria furiosa e ia sair pisando dura. Mas quando eu for - deliberadamente- caduquinha, tudo bem sempre. Me chamarão para festas, da mesma maneira que chamam hoje. Meus sobrinhos de longe perguntarão às mães se aquela tia que fala asneira vai na festa. Eu irei. Eu falarei asneiras. Ou realidades travestidas de besteiras. E todos seremos felizes.
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